quarta-feira, 4 de julho de 2007

Divagar

Seguindo por um tempo pela rua, ele não sabia ao certo por onde ia, mas tinha a impressão que isso já acontecera antes, na mesma rua algumas páginas atrás.Olha ao redor como que tentando lembrar-se. Não, não era a mesma a rua. A situação era a mesma. Pensou direito. Nem a situação. Apenas o fato de que, ao andar sozinho pelas ruas perto de casa ele, pensava melhor. Os fatos eram outros. Algumas preocupações lhe pareciam bem maiores. Dessa vez não chovia Também não possuia coisa alguma nas mão. Muito menos nos bolsos. Coça a cebaça. Olha pra cima. Muitos prédios em volta e bem, poucas estrelas visíveis. Outras luzes. Nenhuma lhe agradava. Ainda apoiando a cabeça nas mãos olha de novo em volta. Tudo parece mais vazio. De sentido. De Cores. De Brilho. Pelo menos aquelas coisas. Aquilo que gostava ainda lhe atraía. Voltou a andar. As coisas não eram as mesmas. Um riso se esboça em seu rosto. Ainda lembra quando lhe diziam: Continue assim, Seja o mesmo, Não perca esse jeitinho seu. Tolice. Pior seria se ele ficasse daquele jeito. Não agüentaria os dias atuais. Não, nem um pouco. Um carro passa como se estivesse no autódromo. Que a Nossa Senhora da Boa Morte o Acompanhe. Abre o portão de sua casa. Chega de rua. Amanhã acordo cedo. E dessa vez não tem jeito. Ele tem que voltar naquele lugar.